Não foi apenas o Programa Mais Médicos do Governo Federal que
impulsionou as discussões levantadas durante a Reunião Pública do
Movimento da Reforma Sanitária na última quinta-feira, 25, durante a 65ª
Reunião Anual da SBPC, na UFPE, no Recife. Com a presença de cerca de
100 pessoas, a discussão sobre uma “retomada” da Reforma Sanitária
contou com a participação da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde
Coletiva), do CEBES, do Conselho Federal de Nutricionistas-CFN,
Associação Brasileira de Enfermagem- ABEn, CONASEMS, Conselho Federal de
Psicologia-CFP, Rede Unida, ABRES, Associação do Ministério Público em
Defesa da Saúde Pública, profissionais de saúde, professores e
estudantes. [Na foto, Luis Eugênio, presidente da Abrasco, abre a Reunião Pública]
Luis Eugênio Portela, presidente da Abrasco, lançou a pergunta a todos:
“o que o Movimento da Reforma Sanitária vai apresentar à sociedade?”.
Laura Macruz, por sua vez, disse que era preciso contemplar “o acesso à
Atenção Básica e a qualidade da atenção”. Já Ana Costa, do Centro
Brasileiro de Estudos da Saúde, afirmou que é necessário tensionar o
Governo brasileiro com alianças mais amplas e profundas com os
Movimentos Sociais, “pensar numa estratégia política bem elaborada”.Cristina Sette, representante do CONASEMS, expressou a posição de sua
entidade a favor do “Mais Médicos”, mesmo considerando o programa
apenas uma proposta emergencial para o momento atual da Saúde Pública
brasileira. Lígia Bahia, UFRJ/Abrasco, enfatizou que a reunião do
Movimento da Reforma Sanitária não podia centralizar as discussões sobre
o “Mais Médicos”, mas sobre uma nova proposta de Reforma que
contemplasse todo o âmbito da Saúde. “Queremos uma Reforma Sanitária
Brasileira, inclusive tendo ‘mais médicos’, mas isso vem muito atrás. O
mais importante é o SUS. O que espero da Reunião é que todas as
entidades presentes sejam capazes de repetir o que foi o projeto do SUS.
Para isso, a identidade do Movimento Sanitário deve ser
reestabelecida”, ressaltou Lígia, registrada da foto à esquerda.
O Conselho Federal de Nutricionistas acrescentou que é preciso formular
o que o povo nas ruas está exigindo, organizar em propostas concretas e
integradas com as manifestações recentes. O Conselho Federal de
Psicologia contribuiu, acrescentando a desestruturação da Reforma
Psiquiátrica do Brasil, que precisa estar contemplada entre as questões
da Reforma Sanitária.
No dia 03 de outubro, em Belo Horizonte, mais uma reunião pública está
marcada, durante o 2º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e
Gestão em Saúde. Nos próximos dias, uma Nota Conjunta será divulgada com
as posições das entidades participantes desta Reunião Pública do
Movimento da Reforma Sanitária, ocorrida no Recife.
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