Diagnóstico precoce é essencial para o tratamento e cura da hanseníase. Ciente disso, o
Ministério da Saúde
irá ao encontro de mais de 9,2 milhões de estudantes, de 5 a 14 anos,
de escolas públicas, localizadas em municípios com alta carga da doença
para avaliar e aumentar o diagnóstico precoce de hanseníase em 800
municípios brasileiros. Para isso, agentes comunitários e profissionais
do
Programa Saúde da Família foram convocados a visitar regiões de maior incidência de hanseníase em busca de sinais e sintomas da doença.
A campanha “Hanseníase e Verminoses tem cura. É hora de prevenir e
tratar”, também deixará os profissionais atentos aos estudantes que já
foram diagnosticados pela doença para garantir o acesso ao tratamento e à
cura. Os casos suspeitos serão encaminhados à Rede de Atenção Básica de
Saúde para confirmação do diagnóstico e início imediato do tratamento.
O coordenador nacional do
Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan),
Arthur Custódio, reconhece essa ação como um passo fundamental para a
disseminação da informação e fim do preconceito. “Essa sensibilização
dos alunos é muito importante para a divulgação dos sinais e sintomas.
Muitos alunos vão levar informação para suas casas sobre a hanseníase e
estimular que os pais e familiares façam o teste. Essa iniciativa é
muito importante também para que através da educação a gente diminua o
preconceito e ajude a fazer o reconhecimento”, analisa.
Os principais sinais e sintomas da hanseníase são manchas na pele,
diminuição ou perda de sensibilidade. As seqüelas mais comuns são
atrofias nas mãos e nos pés, além de infecções graves que levam a
amputação ou a perda da visão. Mas todos esses problemas podem ser
evitados se o diagnóstico e o tratamento forem feitos no início.
Tratamento – O tratamento é feito com uso de medicamentos, que são doados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS)
e distribuídos gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde, dura de
seis meses a um ano. Também é necessária avaliação mensal feitas nas
UBS. Os casos graves podem ser encaminhados para internação hospitalar.
Contágio – A hanseníase é uma doença infecciosa de
evolução crônica causada por um microorganismo que atinge,
principalmente, a pele e os nervos das mãos e dos pés. A doença tem um
passado de forte discriminação e um triste histórico de isolamento dos
seus doentes. Porém, há alguns anos já se sabe que o índice de contágio é
baixo e que a informação e o diagnóstico precoce são essenciais.
“A transmissão da hanseníase acontece através da respiração. A pessoa
doente, sem tratamento, pode passar para alguém que não tenha proteção
no organismo. Mas o contagio não é fácil e o medicamento corta a cadeia
de transmissão. Tem tratamento, tem cura”, explica o coordenador.
Academia de Saúde e ex-colônias – A instalação de
Academias da Saúde
em municípios onde se localizam ex-colônias de hanseníase é uma das
iniciativas do Ministério da Saúde para a melhoria da qualidade de vida
dessas pessoas. As prefeituras de 30 cidades onde existem essas colônias
terão prioridade nos pedidos de construção de novos polos do programa, o
que corresponderá a um investimento de R$ 4,4 milhões. Nas áreas de
ex-colônia também serão verificadas as ações de saúde como a
disponibilidade de transporte que viabilize o atendimento e a gestão dos
casos mais graves que precisem de atendimento em outros pontos da Rede
de Atenção Básica.
“As academias da saúde, além de auxiliar nos processos de melhoria de
qualidade de vida para as pessoas com hanseníase, avançam também na
compensação desses antigos hospitais colônias que hoje são verdadeiras
comunidades”, comenta Arthur.
Verminose – A iniciativa também pretende reduzir a
carga das verminoses (parasitas intestinais conhecidos como lombrigas,
que causam anemia, dor abdominal e diarreia). Estes parasitas podem
prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança. O
tratamento será realizado pelos profissionais das Unidades Básicas de
Saúde (UBS). Esta ação também prevê a distribuição de 10 milhões de
cartilhas para orientação de professores e estudantes.